HOMENAGEM

Sinto-me honrado com esta homenagem feita pelo Salão de Arte à Tomie Ohtake, no ano de seu falecimento, em celebração ao conjunto de obras que lega a todos nós, amantes da arte.

Tomie, que chegou ao Brasil em 1936, elegeu nosso país como sua casa, e aqui desenvolveu seu repertório artístico e criativo, engrandecendo a cena artística nacional e também as cidades que receberam suas obras públicas.

Sua produção pictórica transitou pelas mais diferentes tendências vanguardistas, mas Tomie se manteve sempre alinhada à sua própria pesquisa. Ao longo de suas diferentes fases, é possível acompanhar suas investigações com a cor, forma e gestualidade.

Suas esculturas, produzidas a partir da década de 80, reproduzem a ideia de movimento do traço, da linha, de seu fazer artístico. Nelas Tomie simplificou as cores e na maior parte das vezes elegeu o branco, soma de todas elas, para compor seu elemento em movimento. Desenhos no espaço, volumes e formas ganham contornos em curvas e movimento no ar, em busca do equilíbrio.

É possível pensar nas analogias constantes entre sua obra escultórica e a morfologia da arquitetura e da paisagem de Oscar Niemeyer, inspirada pela indistinção entre as curvas naturais e os traços construídos pelo homem.

Tomie foi uma artista de trânsitos entre culturas e tradições, uma criadora de sínteses entre escolas e tendências. Por toda sua vida, dedicou-se a diversas modalidades artísticas como a pintura, a gravura, a escultura, os painéis, a cenografia e grandes obras públicas, investigando, no interior de cada uma delas, os efeitos dos materiais, suas potencialidades internas e seus limites.

 Ricardo Ohtake

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